O esquema, centrado na compra e venda de automóveis usados provenientes do mercado comunitário, terá lesado o Estado português em, pelo menos, 3,1 milhões de euros em IVA não pago. De acordo com a acusação deduzida pelo DIAP Regional do Porto, os factos ocorreram entre 2016 e 2020. Os arguidos geriam cinco sociedades com sede ou instalações em municípios como Póvoa de Varzim, Porto, Vila Nova de Famalicão e Esposende. A fraude consistia na criação de onze sociedades fictícias, conhecidas como "missing traders", registadas em nome de terceiros.

Estas empresas de fachada eram utilizadas para adquirir e legalizar as viaturas no espaço comunitário, que eram depois transmitidas às sociedades beneficiárias, geridas efetivamente pelos arguidos.

No momento da venda em Portugal, os arguidos declaravam indevidamente o "Regime da margem de lucro – Bens em segunda mão", alterando o enquadramento fiscal das operações e omitindo o pagamento do IVA devido. O Ministério Público requereu que o montante da fraude, avaliado em 3.114.448,45 euros, seja declarado perdido a favor do Estado.

No âmbito do processo, três dos arguidos ficaram ainda sujeitos à prestação de cauções que variam entre 100 mil e 200 mil euros.