As decisões sobre o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), a participação variável no IRS e a Derrama variam, refletindo as diferentes estratégias autárquicas para o próximo ano.

Em Lisboa, a câmara aprovou a manutenção da taxa mínima de IMI (0,3%) e a devolução total da participação de 5% no IRS aos munícipes, uma medida que gerou críticas do BE e do Livre por considerarem que beneficia maioritariamente os rendimentos mais elevados. Cascais optou por uma abordagem mista: aumentou a taxa geral de IMI para 0,35%, mas reduziu-a para o mínimo legal de 0,3% para habitação própria e permanente. A autarquia cascalense também baixou a sua participação no IRS para 4,5% e isentou de Derrama as empresas com volume de negócios inferior a 150 mil euros. Em Braga, a redução do IMI de 0,33% para 0,32% foi considerada "insuficiente" pela oposição, que a comparou ao valor de "um café por mês". Outros municípios, como Palmela, focaram-se no apoio às empresas, aumentando o limiar de isenção de Derrama para faturas de até 200 mil euros. Já Lamego anunciou uma redução de 30% no IMI para prédios de interesse público e de 20% para imóveis arrendados. Estas medidas demonstram um esforço generalizado das autarquias para utilizar a sua autonomia fiscal como instrumento de política local, visando aliviar a carga fiscal sobre os cidadãos e estimular a economia, particularmente no atual contexto de custos elevados na habitação.