Prevenção de Incêndios: Especialistas Defendem Gestão da Biomassa e Uso de Novas Tecnologias
Especialistas em gestão de fogos florestais defendem a necessidade de uma aposta reforçada em estratégias de prevenção para mitigar o risco de grandes incêndios em Portugal. José Cardoso Pereira, docente do Instituto Superior de Agronomia, apontou a “gestão coordenada” de pequenas propriedades e a “dinamização da pastorícia tradicional” como medidas cruciais. Segundo o especialista, a pequena propriedade, hiperfragmentada e com défice de gestão, é mais suscetível ao fogo, e a gestão coordenada permitiria atrair financiamentos públicos para a limpeza de mato. De forma semelhante, o ex-diretor-geral dos Recursos Florestais, Francisco Castro Rego, criticou a “falta de aproveitamento da biomassa para produção de energia” como “uma das falhas principais” na gestão de fogos, defendendo um programa nacional que incentive os proprietários a limpar os terrenos, pagando-lhes pelos resíduos.
Paralelamente, a tecnologia surge como uma ferramenta cada vez mais importante na prevenção e deteção.
Atualmente, a GNR, a Força Aérea e os municípios contam com cerca de meia centena de veículos aéreos não tripulados (drones) para vigilância.
Estes equipamentos já se revelaram eficazes na deteção do início de incêndios este ano e na localização de pessoas desaparecidas em meios rurais. A combinação de uma gestão florestal mais ativa, que transforme o custo da limpeza numa fonte de rendimento, com o uso de tecnologias de vigilância, é vista como fundamental para criar uma paisagem mais resiliente e reduzir a violência dos incêndios.
Em resumoEspecialistas defendem uma aposta estratégica na prevenção de incêndios através da gestão da biomassa, da dinamização da pastorícia e da gestão coordenada de pequenas propriedades. Simultaneamente, o uso de tecnologias como drones para vigilância e deteção precoce tem vindo a ganhar terreno como uma ferramenta essencial no combate aos fogos rurais.
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