O caso, que envolveu a entrega voluntária da cabeça da vítima numa unidade hospitalar, está a ser investigado pela Polícia Judiciária, que aponta para motivações de índole pessoal.
O caso macabro teve início na madrugada de 30 de julho, quando o corpo decapitado de um homem foi encontrado nas traseiras do Coliseu de Lisboa, no Pátio Salema. A investigação ganhou um rumo inesperado no dia seguinte, quando um cidadão estrangeiro de 29 anos se apresentou voluntariamente no Hospital de São José, transportando numa mochila a cabeça humana que pertencia ao corpo encontrado.
Após a comunicação do hospital à PSP, a Polícia Judiciária (PJ) deteve o suspeito, que confessou a autoria do crime.
De acordo com as informações apuradas, o suspeito e a vítima, de 34 anos, ter-se-iam conhecido numa aplicação de encontros apenas algumas horas antes do homicídio.
A investigação preliminar da PJ sugere que o crime terá sido motivado pela recusa da vítima em manter relações sexuais, descartando-se, para já, qualquer ligação a tráfico ou consumo de estupefacientes. As autoridades apreenderam a faca que terá sido utilizada no crime.
O diretor nacional da PSP, Luís Carrilho, classificou o acontecimento como um “caso isolado”, reforçando que, apesar de tais eventos, Portugal continua a ser um país seguro.
O perito forense Duarte Nuno Vieira, antigo presidente do Instituto de Medicina Legal, comentou que “homicídio num primeiro encontro aponta quase sempre para perturbações mentais muito graves”. O suspeito foi presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação.