Segundo a acusação do Ministério Público, Aissa e um amigo terão sido detidos pelos dois agentes após alegadamente terem consumido produtos em supermercados sem pagar. Os polícias terão transportado os dois homens num carro-patrulha para um local ermo em Pechão, onde Aissa terá sido espancado enquanto permanecia algemado, sendo depois abandonado na berma da estrada.

Inicialmente, o caso foi investigado como um atropelamento e fuga.

Contudo, a investigação da Polícia Judiciária acabou por identificar e implicar os dois agentes da PSP.

Em resposta, a Direção Nacional da PSP confirmou a suspensão de funções dos arguidos e a instauração de processos disciplinares, manifestando o seu repúdio por “quaisquer comportamentos que violem a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”. A família da vítima, que durante mais de um ano acreditou na tese de acidente, avançou agora com uma ação cível no Tribunal de Faro, exigindo uma indemnização de 1.628.653,57 euros, visando não só os agentes mas também o Estado português pela responsabilidade dos atos dos seus funcionários.