A situação resulta em cenários de risco, como o registado no Estabelecimento Prisional de Lisboa, onde num sábado apenas 27 guardas vigiavam 980 reclusos.

Os sindicatos denunciam uma sobrecarga de trabalho constante, com muitos profissionais a excederem as 180 horas mensais devido à supressão de folgas.

Hermínio Barradas, da Associação Sindical das Chefias, alerta que o sistema pode entrar em colapso, especialmente porque "centenas" de guardas estão a aproximar-se da idade da reforma.

As tentativas de recrutamento têm tido pouco sucesso. Um concurso para 225 vagas lançado em 2024 atraiu poucos candidatos, refletindo a perda de atratividade da profissão, atribuída a salários baixos, falta de progressão na carreira e condições de trabalho desgastantes.

A situação tem motivado protestos, como a greve no EP do Linhó, onde os guardas exigem que os reclusos inativos permaneçam mais tempo nas celas enquanto persistir a falta de pessoal.

A crise levanta também o debate sobre a necessidade de investir em medidas alternativas à prisão para crimes menores.