A investigação surge na sequência do trágico acidente ocorrido na Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa. Manuel Trindade, membro do Grupo de Forcados Amadores de São Manços, foi violentamente colhido durante a primeira pega da noite de 22 de agosto, ao enfrentar um toiro de 695 quilos da ganadaria Vinhas.

O jovem foi projetado contra as tábuas da trincheira, sofrendo ferimentos graves.

Apesar da intervenção imediata das equipas de socorro presentes no local e da sua posterior transferência para o Hospital de São José, o forcado não resistiu e faleceu na manhã seguinte, a 23 de agosto. No âmbito do inquérito, o Ministério Público determinou a realização de uma autópsia ao corpo da vítima, cujo relatório será fundamental para esclarecer as causas exatas da morte e avaliar se houve alguma falha nos procedimentos de segurança ou de socorro. A abertura da investigação é um procedimento padrão em casos de morte em circunstâncias não naturais, mas ganha particular relevância por ocorrer no contexto de uma atividade cultural tradicional e controversa, levantando questões sobre os riscos inerentes à tauromaquia e a adequação das medidas de proteção para os intervenientes. O Governo, através do secretário de Estado da Agricultura, João Moura, lamentou a morte, descrevendo-a como uma perda sentida por todos os que valorizam a "expressão cultural nacional".

O caso gerou comoção no meio tauromáquico e na sociedade em geral, reacendendo o debate sobre a segurança nas touradas.