A trágica ocorrência com o Elevador da Glória em Lisboa, que resultou num elevado número de vítimas mortais e feridos de várias nacionalidades, desencadeou uma complexa investigação judicial e técnica para apurar as responsabilidades. O Ministério Público instaurou de imediato um inquérito, focando-se na possibilidade de crimes como homicídio por negligência e violação das regras de segurança. O acidente, ocorrido a 3 de setembro de 2025, tornou-se um dos acontecimentos mais marcantes da história recente de Lisboa, mobilizando uma resposta de emergência de grande escala e gerando comoção nacional e internacional. As investigações estão a ser conduzidas em múltiplas frentes, com o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) a focar-se nas causas técnicas, a Polícia Judiciária (PJ) na recolha de provas para o inquérito criminal e o Instituto de Medicina Legal a trabalhar na célere identificação das vítimas. Uma das principais linhas de investigação, segundo o relatório preliminar do GPIAAF, aponta para a cedência do cabo que unia as duas cabinas.
A controvérsia adensou-se em torno da manutenção do equipamento, gerido pela Carris.
Foi revelado que, após um concurso público para a manutenção ter ficado deserto, a Carris celebrou um ajuste direto por cinco meses com a empresa MNTC/Main, que já assegurava o serviço. O presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas, garantiu que os protocolos foram "escrupulosamente cumpridos", mas os sindicatos, como a Fectrans, afirmaram que os trabalhadores já tinham apresentado "queixas sucessivas" sobre a manutenção externalizada. O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, pediu uma investigação externa independente, para além dos inquéritos internos e judiciais, afirmando que a "cidade precisa de respostas".
Em resumoO descarrilamento do Elevador da Glória está sob intenso escrutínio judicial, técnico e político. As investigações centram-se nos protocolos de manutenção, na fiscalização e em eventuais falhas humanas ou materiais, enquanto se aguardam conclusões que possam levar à responsabilização cível e criminal e a reformas na segurança dos transportes públicos.