Durante as sessões de julgamento, José Sócrates tem mantido uma postura combativa, rejeitando as alegações do Ministério Público (MP).

Negou ter recebido dois milhões de euros do seu primo, José Paulo Pinto de Sousa, afirmando: "Nunca o meu primo José Paulo me entregou dinheiro nenhum enquanto eu estava no Governo".

Sócrates criticou o que considera ser uma "técnica inacreditável" da acusação, que assume "há dinheiro, há crime", exigindo que os arguidos provem a sua inocência. O antigo governante admitiu ter tentado interceder pelo Grupo Lena na Venezuela, contactando Nicolás Maduro, justificando que o fez por considerar ser a sua "obrigação moral" ajudar empresas portuguesas.

Noutro momento, insurgiu-se contra a reprodução de escutas em tribunal, acusando o procurador de "exibir a pornografia da conversa de duas pessoas". Um outro ponto fulcral do julgamento é o futuro processual de Ricardo Salgado. Após o Tribunal Cível de Cascais ter declarado a sua incapacidade devido à doença de Alzheimer, a sua defesa requereu a extinção do processo.

A juíza Susana Seca concedeu 10 dias ao MP e aos restantes arguidos para se pronunciarem sobre este pedido, antes de o coletivo tomar uma decisão que poderá alterar significativamente o rumo do julgamento para o antigo presidente do BES.