O julgamento do casal Nélida Guerreiro e Sidney Martins, acusados de um triplo homicídio em Donai, Bragança, em julho de 2022, teve início no Tribunal de Bragança. A primeira sessão ficou marcada por um pedido crucial do Ministério Público (MP) para a realização de análises ao ADN encontrado no braço de uma das vítimas mortais. Os arguidos, que ficaram conhecidos como o "Bonnie & Clyde portugueses", enfrentam acusações de dois crimes de homicídio qualificado, dois de profanação de cadáver na forma tentada, um de incêndio e um de furto qualificado tentado. O arguido Sidney Martins responde ainda por um crime adicional de homicídio qualificado e um de ofensa à integridade física qualificada. Segundo a acusação, o primeiro homicídio ocorreu a 9 de julho de 2022, vitimando uma mulher de 66 anos com dez golpes de faca. Dez dias depois, o casal terá regressado à habitação para eliminar provas e furtar droga, matando então o companheiro da primeira vítima, um homem de 69 anos, e o filho deste, de cerca de 40 anos, com quem a arguida manteria uma relação amorosa. Antes de fugirem, atearam fogo à casa.
No arranque do julgamento, ambos os arguidos optaram por permanecer em silêncio, embora a arguida tenha indicado que prestará declarações oportunamente. O MP requereu que fossem realizadas análises para comparar vestígios de ADN encontrados na mulher de 66 anos com os perfis genéticos dos arguidos, uma diligência que poderá ser decisiva para o desfecho do caso.
As testemunhas ouvidas, familiares e um vizinho, não reconheceram os arguidos nem presenciaram os crimes, mas confirmaram que a vítima mais jovem era toxicodependente.
Em resumoO julgamento começa com um forte enfoque na prova pericial, enquanto a defesa e o tribunal aguardam os resultados da análise de ADN que poderá ligar diretamente os arguidos à cena do crime, num caso que chocou a comunidade local pela sua brutalidade.