A evasão expôs vulnerabilidades críticas que, em grande parte, persistem, levantando sérias questões sobre a eficácia das medidas implementadas desde então.
A conclusão dos nove processos disciplinares pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) culminou com o arquivamento dos processos relativos ao diretor e ao chefe da guarda prisional, duas suspensões (até 20 dias) e cinco multas (entre 200 e 410 euros) para outros guardas. Esta decisão foi veementemente contestada pelos sindicatos, com Frederico Morais, do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), a classificá-la como uma "perseguição séria e severa ao corpo da guarda prisional" e a anunciar que iriam recorrer.
A controvérsia adensa-se com as declarações de um dos fugitivos, que afirmou que "só não saiu toda a gente da cadeia porque não quis", sugerindo uma fragilidade sistémica. A situação de subdimensionamento de pessoal parece ter-se agravado, com relatos de que o número de guardas de serviço em determinados dias é inferior ao registado no dia da fuga. As prometidas melhorias de segurança, como a instalação de inibidores de sinal para telemóveis e drones, avaliadas em 664 mil euros, estão ainda em fase de adjudicação e só deverão estar concluídas no final do ano. Este cenário de fragilidade e descontentamento serve de pano de fundo para a greve convocada para o estabelecimento prisional de Alcoentre, reforçando a perceção de uma crise latente no sistema prisional português.














