A presença do procurador Rosário Teixeira, que liderou a equipa de investigação original, numa das sessões, adicionou um novo elemento de interesse a um dos processos judiciais mais mediáticos do país. Após nove sessões a prestar declarações, José Sócrates informou o coletivo de juízes que não continuaria a falar, mas que voltaria a fazê-lo mais à frente no julgamento para abordar temas centrais da acusação, como o caso das casas da sua mãe, o apartamento de Paris e os empréstimos do seu amigo e coarguido Carlos Santos Silva. Durante o seu depoimento, negou qualquer interferência no concurso do TGV e refutou ter recebido dois milhões de euros do seu primo José Paulo Pinto de Sousa, outro dos arguidos.

A sua decisão de interromper as declarações foi vista como uma mudança tática na sua defesa. Paralelamente, a presença de Rosário Teixeira no tribunal, que segundo o próprio visava auxiliar os atuais procuradores do Ministério Público, foi um momento notável, dada a sua centralidade na fase de inquérito que culminou na detenção de Sócrates.

O desenvolvimento do julgamento continua a ser moroso, um facto sublinhado pela juíza presidente, Susana Seca, que comentou: "Este julgamento será uma maratona", antecipando a longa duração e complexidade do processo.