Nas sessões mais recentes, Sócrates negou veementemente as acusações de corrupção e branqueamento de capitais, e anunciou a sua intenção de interromper temporariamente o seu depoimento. Perante o coletivo de juízes, José Sócrates rejeitou ter recebido dois milhões de euros do seu primo, José Paulo Pinto de Sousa, e negou qualquer interferência no concurso do TGV.

O antigo governante voltou a criticar a atuação do Ministério Público, acusando-o de inverter o ónus da prova: “O que me está a ser exigido aqui é o que está a ser exigido aos outros: provem a sua inocência”.

A juíza Susana Seca reconheceu a complexidade e a duração prevista do processo, afirmando que “este julgamento será uma maratona”.

Um momento notável ocorreu com a presença em tribunal do procurador Rosário Teixeira, que liderou a equipa de investigação original, para auxiliar os procuradores do Ministério Público atualmente no caso.

Sócrates, alegando cansaço após nove sessões de depoimento, solicitou uma data futura para retomar as suas declarações, prometendo abordar então temas como as casas da sua mãe, o apartamento de Paris e a “tal fortuna escondida”.

O julgamento envolve 21 arguidos que respondem por um total de 117 crimes económico-financeiros, com a maioria a negar as acusações.