Contudo, mesmo esses prazos alargados foram excedidos, levando à libertação dos suspeitos, que aguardarão agora o resto do julgamento em liberdade.

O caso gerou um debate jurídico significativo, especialmente em torno dos métodos de investigação.

A defesa dos arguidos argumentou que "80% do crime foi cometido pela Polícia Judiciária (PJ), com recurso a um 'agente' encoberto".

Em contrapartida, o Ministério Público (MP) admitiu o papel central do meio oculto de prova, mas defendeu a sua legalidade e necessidade para combater uma criminalidade sofisticada e transnacional, sublinhando que as ações encobertas foram devidamente autorizadas judicialmente. Esta situação expõe uma tensão crítica no sistema de justiça: a dificuldade em conciliar a complexidade das investigações de grande criminalidade com os prazos legais estritos da prisão preventiva, uma medida que visa garantir os direitos dos arguidos mas que, neste caso, resultou na soltura de suspeitos de um crime de enorme gravidade.