Enquanto a Carris nega desinvestimento, as autoridades continuam as perícias para apurar as responsabilidades criminais e civis.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) e especialistas do Instituto Superior Técnico (IST) sugerem que a causa do acidente pode estar na substituição do cabo do ascensor, há seis anos.

O cabo original, totalmente em aço, foi trocado por um com "alma em fibra", um material mais deformável.

A manutenção do mesmo sistema de fixação (trambolho) pode ter levado a que o novo cabo perdesse volume e se soltasse com o tempo e as vibrações. O relatório preliminar do GPIAAF também indicou que os sistemas de travagem não funcionaram como esperado após a rutura do cabo.

A Polícia Judiciária (PJ) e a PSP estão a realizar novas perícias no local para elaborar o relatório final.

Em resposta às críticas, a Carris negou qualquer desinvestimento na manutenção, afirmando que os custos com esta atividade aumentaram 32,7% desde 2020, atingindo 24,6 milhões de euros.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, pediu que não se tirem "conclusões precipitadas", mas admitiu que "uma decisão de há seis anos pode ter tido este impacto".

O governo já autorizou o reforço de investigadores especializados em acidentes ferroviários no GPIAAF para apoiar a investigação.