Esta situação levanta sérias questões sobre a morosidade e eficácia da justiça.

O caso de maior destaque envolveu seis homens de várias nacionalidades, suspeitos de pertencerem a uma rede internacional de tráfico de droga, que foram detidos em março de 2023 em Albufeira com 1.200 quilos de cocaína. Apesar de o julgamento estar a decorrer em Portimão e o processo ser classificado como de "especial complexidade" — o que alarga os prazos legais —, os arguidos foram libertados por se ter esgotado o tempo máximo de detenção antes de uma decisão final. Noutro caso, um homem condenado a 16 anos de prisão por homicídio foi igualmente libertado por excesso de tempo de prisão preventiva enquanto o seu recurso aguardava decisão, tendo sido posteriormente recapturado em Espanha.

A estes junta-se a libertação de alegados membros do grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital) pelo tribunal de Portimão, com a SIC a avançar que alguns já teriam abandonado o país. Estes episódios sublinham um problema recorrente de lentidão processual que compromete a aplicação da justiça, gera uma perceção de impunidade e coloca em causa a segurança pública, ao permitir que suspeitos de crimes graves regressem à liberdade sem um veredicto transitado em julgado.