O agente encontra-se em prisão domiciliária com vigilância eletrónica.
A acusação do Ministério Público, a que o jornal Expresso teve acesso, descreve um padrão de abuso que se terá prolongado por mais de uma década, criando um "clima de terror" para a sua mulher, que é advogada, e para os pais desta.
As agressões eram de natureza psicológica e verbal, com ameaças violentas e humilhações constantes.
Entre as frases citadas na acusação estão expressões como "Cala-te!
Vê lá se queres ficar com a tromba cheia de sangue!"
e referências a sonhos em que "regava [a família] com gasolina, vocês a suplicar pela vida."
Para intimidar as vítimas e dissuadi-las de apresentar queixa, o arguido gabava-se de ter amigos no Ministério Público. A situação escalou quando, estando o agente de baixa psiquiátrica, elementos da PSP se deslocaram a sua casa para recolher as suas armas. O arguido ter-se-á recusado a entregá-las e ameaçou a mulher, dizendo: "Mesmo que levem as armas, existem sempre as armas brancas, as facas!
(...) Vou-me matar, mas não vou sozinho."
Foi após este episódio que a vítima formalizou a denúncia. A PSP informou que foi instaurado um processo disciplinar ao referido elemento policial quatro dias após a sua detenção em março de 2025, o qual aguarda a decisão judicial para prosseguir.













