A Diretoria do Norte da Polícia Judiciária deteve dois homens suspeitos de liderar uma rede criminosa que branqueou cerca de cinco milhões de euros através de um esquema sofisticado de falsificação de documentos e criação de empresas fictícias. A operação resultou na aplicação da medida de coação de prisão preventiva aos dois detidos, indiciados por crimes de associação criminosa, falsificação, burla informática, branqueamento e fraude fiscal. O 'modus operandi' da rede, segundo a PJ, consistia na utilização de, pelo menos, 27 identidades falsas para constituir 19 sociedades comerciais de "fachada". Estas empresas serviam de instrumento para a abertura de contas bancárias, tanto em nome das identidades forjadas como das próprias sociedades.
Através destas contas, os suspeitos faziam circular os fundos de origem ilícita, provenientes de burlas e outros crimes informáticos, conseguindo assim dissimular a sua proveniência e integrá-los no sistema financeiro legal.
A complexidade do esquema, envolvendo múltiplas identidades e empresas, demonstra um elevado grau de organização e planeamento por parte da rede criminosa. Os dois homens foram presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, que considerou existirem indícios suficientemente fortes e perigo de continuação da atividade criminosa para decretar a prisão preventiva. A investigação prossegue para apurar a total extensão da rede e identificar outros possíveis envolvidos no esquema de branqueamento de capitais.
Em resumoA detenção de dois homens e a sua colocação em prisão preventiva desmantelou uma rede complexa que utilizou 27 identidades falsas e 19 empresas de fachada para branquear cinco milhões de euros. O caso evidencia a contínua luta das autoridades contra a criminalidade económico-financeira organizada em Portugal.