O crime ocorreu à porta de uma discoteca na cidade da Horta, quando Ademir Moreno foi agredido, caiu inanimado na via pública e sofreu um hematoma craniano que se revelou fatal, vindo a falecer no hospital local.

O julgamento ficou marcado pela divergência entre a acusação e a defesa sobre a motivação do crime. O tribunal concluiu que a agressão resultou do facto de a vítima ter interferido numa briga entre mulheres, afastando a tese do crime racial. Na altura, o caso gerou uma forte comoção social e levou à realização de uma manifestação antirracista na ilha do Faial, que juntou mais de duas centenas de pessoas em solidariedade com a vítima e em repúdio por atos de violência contra imigrantes. Além da pena de prisão, o arguido, que também foi acusado de não prestar auxílio à vítima, foi condenado a pagar uma indemnização significativa à mulher e à filha de Ademir Moreno, nos valores de 180 mil e 195 mil euros, respetivamente.

A decisão judicial, ao afastar a motivação racial, centra a responsabilidade criminal no ato de agressão violenta, mas deixa em aberto o debate sobre o contexto social em que o crime ocorreu.