Apesar da gravidade dos crimes, o suspeito foi colocado em prisão domiciliária com pulseira eletrónica após primeiro interrogatório judicial.

Os factos ocorreram na via pública, junto a um restaurante, na sequência de uma discussão gerada por uma fogueira que as vítimas, Nuno Sousa, de 48 anos, e Paulo Ferreira, de 57, estariam a fazer. Segundo a PJ, "desagradados com o reparo, as vítimas, uma das quais munida de um ferro que veio a ser apreendido, procuraram agredir o arguido".

Em reação, o suspeito apoderou-se do objeto e atingiu ambos "com violência, na zona da cabeça".

Na sequência das agressões, Paulo Ferreira foi internado com graves lesões neurológicas.

Nuno Sousa recusou tratamento hospitalar no dia do incidente, mas foi encontrado inconsciente no dia seguinte, vindo a falecer no hospital devido a uma "grave lesão cranioencefálica".

O arguido alegou ter agido em legítima defesa, afirmando "matei para não morrer".

A decisão do juiz de instrução criminal de aplicar a medida de coação de prisão domiciliária, em vez da prisão preventiva, destaca a complexidade da avaliação dos indícios e das circunstâncias do crime, nomeadamente a alegação de autodefesa por parte do suspeito.