O Ministério Público deduziu acusação contra dois cidadãos brasileiros, de 40 e 44 anos, pela autoria de uma série de assaltos violentos a agências bancárias que renderam cerca de 548 mil euros. Os arguidos, que viajavam para Portugal especificamente para cometer os crimes, enfrentam acusações de roubo, sequestro, falsificação de documentos e branqueamento de capitais. Segundo a Procuradoria-Geral Regional de Évora, os assaltos ocorreram entre julho de 2023 e abril de 2025 em diversas localidades do Algarve, Alentejo e região Oeste, incluindo Castro Verde, Cabeça Gorda, Vendas Novas, Alcáçovas, Águas de Moura, Lourinhã e Estói. O 'modus operandi' da dupla consistia em entrar nas agências bancárias durante o horário de funcionamento, exibir armas de fogo para ameaçar funcionários e clientes, e coagir à entrega de dinheiro.
Em vários casos, as vítimas foram sequestradas, sendo "amarrados e/ou fechados à chave nos compartimentos das ATM".
Os arguidos, que não possuíam qualquer ligação a Portugal, deslocavam-se ao país apenas pelo tempo necessário para executar os roubos.
A vaga de crimes foi interrompida em abril, quando a Polícia Judiciária deteve a dupla após um assalto ao Crédito Agrícola da Atalaia, na Lourinhã. Na altura, foram encontrados na sua posse cerca de 61 mil euros em numerário, a arma utilizada, passaportes e documentos de identificação falsos.
Um dos arguidos é reincidente, com um "longo historial criminal" por crimes da mesma natureza, tendo sido condenado anteriormente a penas de prisão pesadas.
O Ministério Público requereu que os arguidos paguem ao Estado 486 mil euros, correspondentes ao valor roubado que não foi recuperado.
Ambos aguardam julgamento em prisão preventiva.
Em resumoA acusação contra os dois cidadãos brasileiros revela um padrão de crime organizado transnacional, caracterizado pela execução de assaltos a bancos violentos e meticulosamente planeados. O caso destaca a gravidade dos crimes, que incluíam sequestro, e a colaboração entre as autoridades para deter e levar a julgamento indivíduos que operavam através das fronteiras.