Enquanto a polícia alega o uso da "força estritamente necessária" para restabelecer a ordem, os participantes denunciam violência "arbitrária e desproporcional".

O protesto, que começou na Praça 8 de Maio, evoluiu para um desfile em direção à Ponte de Santa Clara, onde cerca de 300 participantes ocuparam as faixas de rodagem, interrompendo o trânsito.

Segundo o comunicado do Comando Distrital da PSP, após múltiplas insistências para a desobstrução da via, a maioria dos manifestantes acatou as ordens, mas um "pequeno grupo decidiu manter-se no local, incitando à desobediência e resistência coletivas". A PSP afirma que, esgotadas as formas de diálogo, foi necessário "usar da força estritamente necessária para retirar estas pessoas da faixa de rodagem". A autoridade acrescenta que alguns indivíduos injuriaram e cuspiram nos polícias, o que levou à detenção de cinco pessoas, com idades entre os 19 e os 31 anos, pelos crimes de resistência e coação sobre funcionário. Em contrapartida, os manifestantes acusam a polícia de brutalidade.

Inês Morais, uma das detidas, afirmou à Agência Lusa que a primeira interação da PSP "foi partir direto para a agressão física", descrevendo o uso de "pontapés nas costas", gás pimenta e cassetetes.

A estudante alega ainda ter sido agredida dentro da carrinha policial.

Os manifestantes que se sentiram lesados deslocaram-se ao Instituto Nacional de Medicina Legal para obter relatórios periciais e manifestaram a intenção de apresentar queixa contra a atuação policial.