A denúncia anónima, que o próprio MP classificou como tendo "descritas inconsistências", imputava ao juiz suspeitas de corrupção, peculato e branqueamento de capitais. Após três anos de diligências, o inquérito foi arquivado em março do ano passado por falta de provas, com o juiz a tomar conhecimento da sua existência apenas através de contacto da comunicação social. A reação da classe judicial e de personalidades da sociedade civil foi imediata, com a Associação Sindical dos Juízes Portugueses a manifestar preocupação e a exigir um "escrutínio" à atuação do MP por parte do Conselho Superior do Ministério Público.
O próprio Ivo Rosa, em declarações citadas pela imprensa, considerou que a forma como a investigação foi conduzida "implica uma grave intromissão e uma ameaça à independência, à responsabilidade dos juízes, ao Estado de Direito e à democracia".
Juristas e comentadores, como o advogado António Garcia Pereira, lamentaram que, "após três anos de medidas altamente intrusivas na vida pessoal e profissional" do juiz, a investigação tenha concluído pela inconsistência da queixa original, considerando o processo "perfeitamente anómalo e grave".
O caso desencadeou um amplo debate sobre a utilização de denúncias anónimas para investigar magistrados e o potencial efeito intimidatório sobre as suas decisões.














