A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a abertura da averiguação, que, nos termos do Estatuto do Ministério Público, se destina a "apurar a veracidade da participação, queixa ou informação, e a aferir se a conduta denunciada é suscetível de constituir infração disciplinar". A investigação ao juiz Ivo Rosa iniciou-se em fevereiro de 2021, meses antes de este proferir a decisão instrutória da Operação Marquês. O processo, por suspeitas de corrupção, peculato e branqueamento de capitais, foi coadjuvado pela Polícia Judiciária.

A PGR assegurou que as diligências respeitaram a lei e não incluíram interceções telefónicas.

O próprio juiz Ivo Rosa quebrou o silêncio, afirmando que tomou conhecimento da existência de, pelo menos, três inquéritos através da comunicação social e que "nunca" foi "informado, contactado ou notificado no âmbito de qualquer inquérito". O magistrado acrescentou que aguarda respostas da PGR sobre o acesso aos processos e o número total de inquéritos abertos contra si.

O caso levanta questões sobre a legitimidade e os limites das investigações a magistrados, especialmente quando baseadas em denúncias anónimas e visando figuras centrais de processos mediáticos.