O antigo dirigente do Chega, Nuno Pardal Ribeiro, será julgado por dois crimes de recurso à prostituição de menores, um consumado e outro na forma tentada, após o Tribunal de Instrução Criminal de Cascais ter rejeitado o seu pedido de suspensão provisória do processo. A decisão de pronúncia envia um sinal claro sobre a gravidade das acusações que recaem sobre a figura política. A acusação do Ministério Público (MP) sustenta que, em 2023, Nuno Pardal Ribeiro, então vice-presidente da distrital de Lisboa do partido, conheceu um jovem de 15 anos através de uma aplicação de encontros e pagou-lhe 20 euros por atos sexuais. O MP alega que o arguido “sabia que o assistente tinha 15 anos de idade” e que tentou um segundo encontro, que não se concretizou, configurando o crime na forma tentada. Durante a fase de instrução, o ex-dirigente admitiu ter tido relações sexuais com o menor, mas negou ter conhecimento da sua idade e afirmou que o dinheiro se destinava a pagar um jantar. No entanto, a juíza de instrução, Isabel de Noronha, considerou que os argumentos não eram convincentes e pronunciou o arguido nos exatos termos da acusação.
O caso foi denunciado à Polícia Judiciária pelos pais do menor, após encontrarem mensagens e a transferência de dinheiro via MBWay.
Após a acusação se tornar pública em fevereiro, Nuno Pardal Ribeiro renunciou aos seus cargos políticos, incluindo o de deputado na Assembleia Municipal de Lisboa, para, segundo afirmou, preservar a imagem do partido e preparar a sua defesa. O processo inclui ainda outro arguido, um piloto de 74 anos, também acusado de recurso à prostituição de menores.
Em resumoNuno Pardal Ribeiro, antigo dirigente do Chega, vai a julgamento por crimes de recurso à prostituição de menores, depois de um tribunal de instrução ter considerado haver indícios suficientes para a pronúncia. O arguido, que nega as acusações, renunciou aos seus cargos políticos após o caso se tornar público.