A Polícia Judiciária (PJ) deteve um psicólogo na região de Alenquer por suspeitas de abusar sexualmente de uma paciente adolescente que o procurou para tratar traumas de abusos sofridos na infância. O caso revela uma chocante quebra de confiança profissional e agrava a situação de vulnerabilidade da vítima. A vítima, atualmente com 18 anos, recorreu a uma clínica em 2021, quando tinha 16 anos, para receber acompanhamento psicológico devido a um quadro de depressão e ansiedade resultante de abusos sexuais anteriores. Segundo a PJ, o psicólogo detido “aproveitou-se da condição de especial vulnerabilidade da menor” para, no consultório, iniciar a “prática de atos sexuais e trocar conteúdos digitais de pornografia e de abuso sexual de crianças”. Estes atos terão perdurado por mais de dois anos, entre abril de 2022 e junho de 2024.
A situação apenas terminou quando, no verão deste ano, o suspeito terá tentado aliciar a jovem para novos atos abusivos, levando-a a procurar ajuda junto da Polícia Judiciária.
Notavelmente, a PJ já tinha investigado o processo anterior da vítima, relacionado com os abusos sofridos às mãos do ex-dirigente do Chega, Artur Alves.
Após a denúncia, a PJ cumpriu mandados de busca domiciliária e no consultório, culminando na detenção do psicólogo.
O suspeito foi presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação, enquanto a investigação prossegue para apurar a totalidade dos factos. Este caso destaca a revitimização de uma jovem que, ao procurar apoio profissional para um trauma severo, se viu novamente enredada num ciclo de abuso por parte de quem deveria protegê-la.
Em resumoUm psicólogo foi detido pela PJ sob a acusação de ter abusado sexualmente, durante mais de dois anos, de uma paciente menor que o procurou para superar traumas de abusos anteriores. O caso representa uma grave violação da ética profissional e um ato de revitimização.