No entanto, o CPT manifesta que “continuem a existir preocupações”, tendo recebido várias denúncias de violência policial, incluindo “o uso excessivo da força durante a detenção”. Os alegados maus-tratos consistiam, na sua maioria, em “socos, pontapés no corpo e/ou na cabeça e, ocasionalmente, o uso de cassetetes”, além de ameaças verbais e atos de humilhação. O relatório expressa “profunda preocupação com falhas persistentes na resposta do sistema de justiça criminal”, que representam um risco para a confiança nas autoridades. Entre as falhas apontadas estão omissões na comunicação de possíveis casos de maus-tratos ao Ministério Público por parte de estabelecimentos prisionais e das inspeções-gerais (IGAI e IGSJ).

O comité critica também o facto de o direito a um advogado não ser garantido em todos os casos desde o início da detenção. O relatório recomenda a melhoria da comunicação de casos de abuso, tanto internamente como aos órgãos de investigação, e a disponibilização de formação adequada aos agentes.

O CPT também questiona a razão pela qual as forças policiais ainda não utilizam câmaras portáteis de uso individual ('body-cams'), uma medida vista como essencial para aumentar a transparência e a responsabilização.