O arguido sustentou que disparou por acreditar que Odair Moniz o ameaçava com uma faca, insistindo que viu uma lâmina na sua cintura. No entanto, esta alegação é um dos pontos mais controversos do processo, uma vez que a acusação do Ministério Público não refere qualquer ataque com arma branca. Além disso, foi revelado que um punhal só surgiu no local do crime 27 minutos após os disparos.

O colega de patrulha do arguido, Rui Machado, testemunhou que não viu o primeiro tiro nem a faca, apenas Odair Moniz “numa posição de ataque”. Machado, que admitiu ter-se esquecido de usar o gás-pimenta, está ele próprio acusado num processo autónomo por falsidade de testemunho sobre a referida arma branca.

A viúva de Odair Moniz, Ana Patrícia Moniz, prestou um depoimento emotivo sobre o impacto da morte do marido na família, que ficou numa situação financeira precária, e negou que o punhal encontrado pertencesse ao seu marido.

O advogado da família, José Semedo Fernandes, sublinhou a desproporcionalidade da violência usada e as inconsistências sobre a arma.