Revelou também que o antigo primeiro-ministro “normalmente não tinha consciência do dinheiro disponível na conta” e que, por vezes, esgotava o ‘plafond’ dos seus cartões de crédito. Outra gestora de conta, Dina Alexandre, confirmou que Sócrates contraiu três empréstimos simultâneos na CGD em 2014, para cobrir as suas despesas.
Numa escuta telefónica reproduzida em tribunal, o próprio Sócrates mostrou-se surpreendido com os seus gastos mensais, que rondavam os 15 mil euros. Em contrapartida, a antiga empregada doméstica da mãe de Sócrates, Maria Rita Gomes, negou em tribunal ter entregue quantias em numerário à sua patroa a mando do ex-primeiro-ministro, mesmo quando confrontada com escutas onde se falava em “papéis”, alegadamente um código para dinheiro. O Ministério Público sustenta que os fundos em causa pertenciam, na verdade, ao empresário Carlos Santos Silva, considerado o testa-de-ferro de Sócrates, e que eram usados para financiar as despesas pessoais e familiares do antigo governante. O julgamento continua a analisar o complexo fluxo financeiro que, segundo a acusação, servia para ocultar a origem ilícita dos rendimentos de José Sócrates.














