A primeira sessão ficou marcada pelo depoimento emocionado do arguido, que pediu desculpa à família da vítima, mas alegou ter agido em legítima defesa.
O caso remonta a 21 de outubro de 2024, quando uma perseguição policial a Odair Moniz, após uma infração rodoviária, culminou com o agente a disparar dois tiros que atingiram mortalmente o cidadão cabo-verdiano. A acusação do Ministério Público imputa ao agente, de 28 anos, um crime de homicídio, punível com uma pena de oito a 16 anos de prisão, e sustenta que os disparos foram efetuados a curta distância, sem que houvesse ameaça com arma branca por parte da vítima. Em tribunal, Bruno Pinto declarou: “Gostaria de pedir desculpa à família e aos amigos, acredito que não seja fácil para ninguém”.
No entanto, manteve a sua versão dos acontecimentos, afirmando que disparou porque acreditou que Odair Moniz o ameaçava com uma faca.
“Se eu não fosse questionado tantas vezes sobre a faca, para mim não haveria qualquer dúvida”, afirmou, embora admitindo não ter 100% de certeza sobre o objeto.
A existência da faca é um ponto central e controverso do processo. O colega de patrulha do arguido, Rui Machado, que também testemunhou, corroborou a versão de que Odair resistiu à detenção, mas não mencionou ter visto qualquer faca na posse da vítima. Rui Machado, que está acusado noutro processo por falsidade de testemunho sobre a arma branca, admitiu não ter usado o gás-pimenta que transportava porque “não se lembrou”. A viúva de Odair Moniz, Ana Patrícia Moniz, garantiu que a faca encontrada no local não pertencia ao marido, descrevendo o profundo impacto emocional e financeiro que a sua morte teve na família.














