A Assembleia da República aprovou alterações significativas à Lei da Nacionalidade, com o apoio dos partidos de direita, que tornam mais rigorosos os critérios para a obtenção da cidadania portuguesa por parte de estrangeiros. As novas regras, que ainda aguardam promulgação pelo Presidente da República, geraram fortes críticas da esquerda e de associações de imigrantes, que as consideram um "retrocesso civilizacional".\n\nEntre as principais mudanças está o aumento do prazo de residência legal exigido para a naturalização. Embora os artigos não especifiquem o novo prazo exato, mencionam que o prazo para obtenção da nacionalidade passará de cinco para dez anos de permanência para a comunidade do Bangladesh. A nova lei também introduz novos critérios de integração, como o conhecimento da cultura e da língua, e a exigência de meios económicos. Uma das medidas mais controversas é a possibilidade de perda da nacionalidade para cidadãos que tenham outra nacionalidade e cometam crimes com pena de prisão superior a quatro anos, nos dez anos seguintes à aquisição da cidadania portuguesa.
Esta medida foi aprovada com 157 votos favoráveis e 64 contra, com a esquerda parlamentar a considerá-la potencialmente inconstitucional.
As associações de imigrantes, como a Solidariedade Imigrante, acusam a nova lei de atacar os direitos humanos e de confirmar que "Portugal não quer definitivamente avançar com os direitos humanos, direitos das pessoas, nem com a dignidade". O debate reflete a crescente polarização em torno das políticas de imigração, com o governo a defender a necessidade de regras claras para uma imigração ordenada.
Em resumoA aprovação das novas regras da Lei da Nacionalidade marca uma viragem para uma política de imigração mais restritiva em Portugal. As medidas, que incluem prazos mais longos e a possibilidade de perda de nacionalidade, são vistas pelo governo como necessárias para a ordem, mas criticadas por associações e partidos de esquerda como um ataque aos direitos e à integração dos imigrantes.