O julgamento do agente da PSP acusado de matar Odair Moniz, no bairro da Cova da Moura, prosseguiu com depoimentos de testemunhas que contradizem a versão do arguido. As sessões em tribunal têm sido marcadas pela análise das circunstâncias do disparo fatal e pela questão central da posse de uma faca por parte da vítima.\n\nNa segunda sessão do julgamento, duas testemunhas, incluindo um amigo e o sobrinho de Odair Moniz, afirmaram que a vítima não tinha nenhuma faca ou qualquer objeto na mão no momento em que foi baleado pelo agente da PSP.
O sobrinho, Evandro Duarte, testemunhou que o agente "já estava com os braços estendidos" no segundo disparo.
Estes depoimentos contrariam a versão do polícia, que na primeira sessão garantiu ter visto Odair empunhar uma faca, afirmando que foi por esse motivo que disparou. A sessão ficou também marcada por contradições no depoimento de um amigo da vítima, que foi repreendido pela juíza por apresentar um testemunho incoerente e avisado de que o falso depoimento é crime. Uma testemunha mencionou ainda que viu um agente a retirar o telemóvel de uma pessoa que estaria a filmar a ocorrência. O advogado de defesa do agente insiste que o seu cliente "não tinha intenção de matar Odair".
A análise das provas visuais e dos testemunhos presenciais é considerada determinante para o desfecho do caso.
Em resumoO julgamento da morte de Odair Moniz avança com testemunhos que põem em causa a justificação do agente da PSP para o uso de força letal. A divergência entre a versão policial e os relatos das testemunhas sobre a existência de uma arma branca será um ponto crucial para a decisão do tribunal, num caso que levanta questões sobre a atuação policial em bairros sensíveis.