A Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas de larga escala nas instalações do Novo Banco, da consultora KPMG, em vários escritórios de advogados e residências, no âmbito de uma investigação a suspeitas de crimes económicos. A operação, denominada "Haircut", foca-se na venda de ativos imobiliários abaixo do valor de mercado, que terão lesado o banco e, consequentemente, o Estado.\n\nAs diligências, conduzidas por mais de uma centena de inspetores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, visam apurar suspeitas de crimes relacionados com a venda de ativos do extinto Banco Espírito Santo. Segundo a CNN Portugal, as suspeitas centram-se em vendas de ativos valiosos por valores inferiores aos de mercado, que terão resultado em lucros elevados para os compradores e no pagamento de alegadas comissões indevidas.
O caso envolverá também o fundo norte-americano Lone Star, que adquiriu o Novo Banco. As autoridades suspeitam que estas vendas de ativos imobiliários foram feitas com prejuízo para o banco e para o Fundo de Resolução, que tem injetado capital público na instituição financeira. A investigação procura determinar se houve práticas ilícitas na gestão e alienação destes ativos, que deveriam ter sido vendidos de forma a maximizar o seu valor e minimizar as perdas para os contribuintes.
A operação representa mais um capítulo na complexa saga judicial e financeira que envolve o legado do Banco Espírito Santo e a gestão do Novo Banco, um tema que tem marcado a atualidade económica e política portuguesa nos últimos anos.
Em resumoAs buscas no Novo Banco e na KPMG marcam um desenvolvimento significativo na investigação à gestão de ativos herdados do BES. A Operação "Haircut" coloca sob suspeita a transparência e a legalidade de vendas de imóveis, levantando a possibilidade de prejuízos para o banco e para o Estado, e reacende o debate sobre a supervisão e a responsabilidade na gestão de instituições financeiras apoiadas por fundos públicos.