Numa tentativa de atrair mais candidatos e combater a crise de recrutamento, o Governo alterou os requisitos de admissão ao curso de formação de agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP). As mudanças, publicadas em Diário da República, incluem o aumento da idade máxima de 30 para 35 anos e a eliminação da exigência de uma altura mínima, que era de 1,65 metros para homens e 1,60 para mulheres.\n\nA revisão dos critérios deve-se a uma acentuada redução no número de candidatos ao longo dos anos. Enquanto na década de 1990 se registavam mais de 16.000 candidatos, esse número caiu para cerca de 4.000 nos concursos mais recentes.
A medida gerou um debate sobre a sua eficácia.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) considera as alterações "apenas um paliativo" que não resolve o problema de fundo, defendendo que a principal solução passa por melhores salários para tornar a profissão mais atrativa. Um dirigente sindical afirmou que "ser polícia nos dias de hoje é cada vez mais difícil mas o acesso à PSP está cada vez mais fácil", criticando o que considera ser uma desvalorização da profissão. O Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia (SNOP) partilha da mesma opinião, acreditando que as mudanças "não vão alterar substancialmente o universo de candidaturas" e poderão apenas "ajudar pontualmente". A manutenção da idade mínima de 18 anos e da nacionalidade portuguesa como requisitos essenciais permanece inalterada.
Em resumoA alteração dos requisitos de admissão à PSP, como o aumento da idade máxima e o fim da altura mínima, é uma resposta do Governo à grave crise de recrutamento. No entanto, os sindicatos do setor consideram a medida insuficiente, argumentando que a valorização salarial e das carreiras é o único caminho para atrair e reter novos agentes.