Segundo a direção clínica da unidade, a grávida não apresentava outros sintomas e foi enviada para casa com um plano de acompanhamento. Horas mais tarde, na madrugada de sexta-feira, sentiu falta de ar e ligou para o 112, entrando em paragem cardiorrespiratória em casa.

Foi transportada pelo INEM de volta ao hospital, onde acabou por falecer.

O bebé nasceu, mas permanece internado com “prognóstico muito reservado”.

O Ministério Público confirmou a abertura de um inquérito, ao qual se juntam processos de averiguação por parte da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e da Entidade Reguladora da Saúde (ERS). O caso teve fortes repercussões políticas, ocorrendo no dia em que a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, se encontrava no Parlamento.

Confrontada pelo Chega, a ministra recusou demitir-se, afirmando: “Não, não me demito”.

As suas declarações sobre o perfil das grávidas que têm partos fora dos hospitais, maioritariamente imigrantes “recém-chegadas a Portugal” que “nem falam português” e “nem telemóvel têm”, geraram acusações de xenofobia, levando a ministra a defender-se, recordando que ela própria nasceu na Guiné-Bissau.

A oposição, nomeadamente o PS, exigiu o apuramento de responsabilidades, culpando o Primeiro-Ministro pelo “falhanço” na Saúde.