O caso, que envolve figuras proeminentes como Rui Rangel e Luís Filipe Vieira, testa a capacidade do sistema judicial para julgar os seus próprios membros.

O julgamento começou no Supremo Tribunal de Justiça, sete anos após o início da investigação e cinco anos após a conclusão da acusação, um atraso que já levou à prescrição de alguns crimes.

No total, são 16 os arguidos, incluindo os ex-juízes desembargadores Rui Rangel, que foi expulso da magistratura e responde por 20 crimes, e Vaz das Neves.

O juiz presidente do coletivo, José Piedade, destacou a natureza inédita do processo, afirmando ser “uma situação inédita na nossa história judiciária”.

No primeiro dia, Rui Rangel reafirmou a sua “inocência total e absoluta”, mas optou por não prestar declarações nesta fase, criticando a demora do processo.

Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica e acusado de recebimento indevido de vantagem, manifestou a intenção de falar mais à frente no julgamento, declarando à saída: “Não sei o que estou aqui a fazer”. Outro episódio marcante do arranque do julgamento envolveu a mãe de José Sócrates, Maria Adelaide Monteiro, que apresentou um atestado médico para não testemunhar, o qual não foi aceite pela juíza por ter sido entregue pelo advogado do ex-primeiro-ministro, Pedro Delille.

A juíza repreendeu o advogado, afirmando que “acabou a brincadeira” e anunciou uma participação à Ordem dos Advogados.