A morte de uma mulher grávida de 36 anos e do seu bebé no Hospital Amadora-Sintra desencadeou uma crise no Serviço Nacional de Saúde, resultando na abertura de inquéritos pelo Ministério Público, IGAS e ERS. O caso expôs falhas na comunicação entre unidades de saúde e gerou um intenso debate político sobre a responsabilidade da Ministra da Saúde. A tragédia começou quando a mulher, grávida de 38 semanas, deu entrada no hospital com uma paragem cardiorrespiratória, horas depois de ter tido alta da mesma unidade com um diagnóstico de “hipertensão ligeira”. Foi realizada uma cesariana de emergência, mas a mãe não sobreviveu, e o bebé, que nasceu com prognóstico “muito reservado”, acabou por falecer no dia seguinte. A controvérsia adensou-se quando a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmou no Parlamento que a grávida não tinha sido acompanhada durante a gestação, uma declaração prontamente desmentida pela família com provas documentais.
Posteriormente, a administração do hospital admitiu que a mulher era, de facto, seguida nos cuidados de saúde primários desde julho e no hospital desde setembro, atribuindo a informação incorreta à “inexistência de um sistema de informação clínica plenamente integrado”.
Confrontada com pedidos de demissão por parte da oposição, a ministra recusou abandonar o cargo, afirmando: “Não, não me demito”.
O Ministério Público, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) instauraram processos de inquérito para avaliar a assistência prestada e apurar todas as responsabilidades no caso que abalou a confiança no sistema de saúde.
Em resumoA morte de uma grávida e do seu bebé no Hospital Amadora-Sintra, após uma alta controversa, levou à abertura de inquéritos pelo Ministério Público e entidades de saúde. O caso revelou falhas de comunicação no SNS e gerou uma crise política, com a Ministra da Saúde a recusar a demissão apesar da forte pressão.