A situação levou a Ordem dos Advogados a criar um canal específico para centralizar e encaminhar as reclamações.

Um dos principais pontos de discórdia é a aplicação da nova lei do reagrupamento familiar a pedidos que foram submetidos antes da sua entrada em vigor.

Advogados e imigrantes contestam esta retroatividade, argumentando que é ilegal e prejudicial.

A AIMA, por sua vez, explicou que a nova lei está a ser aplicada apenas a pedidos iniciados com recurso à justiça.

Outro foco de tensão reside nas dificuldades de comunicação e na morosidade dos processos, que levaram imigrantes a relatar sentimentos de "inconformismo ao medo e desespero", descrevendo a agência como uma "máquina de moer imigrantes". Em resposta a este "mal-estar", o Bastonário da Ordem dos Advogados (OA), João Massano, anunciou a criação de um canal dedicado a receber queixas de advogados contra a AIMA. O objetivo é agregar as reclamações e remetê-las em bloco à agência, na esperança de resolver os problemas de comunicação e agilizar os procedimentos.

Esta iniciativa evidencia as falhas sistémicas na gestão dos processos migratórios e a necessidade urgente de reformas para garantir um serviço mais eficiente e justo.