A Polícia Judiciária (PJ), em colaboração com a Procuradoria Europeia, desencadeou a operação 'Terra Limpa' na região de Ourém, visando suspeitas de corrupção, fraude com fundos europeus e crimes ambientais. A operação incluiu 25 mandados de busca às instalações da Câmara Municipal de Ourém e a empresas do grupo Verdasca, uma das maiores construtoras do país. A investigação centra-se em factos suscetíveis de enquadrar crimes de violação de regras urbanísticas, poluição, corrupção, fraude na obtenção de subsídios e branqueamento de capitais. As suspeitas recaem sobre um alegado esquema de construção ilegal e fraude relacionado com a produção de betão.
A Inspeção-Geral do Ambiente (IGAOT) confirmou ter realizado diligências investigatórias nas empresas do grupo, recolhendo amostras de águas e resíduos para apurar a prática de eventuais crimes ambientais.
Os projetos sob investigação envolvem subsídios no valor de 19 milhões de euros, dos quais pelo menos 5,5 milhões já terão sido pagos. A operação pode ter um forte impacto no setor da construção, uma vez que a construtora Verdasca tem centenas de obras públicas em curso e mais de mil postos de trabalho poderão estar em risco.
A Câmara Municipal de Ourém afirmou ter prestado “toda a colaboração” às autoridades durante as buscas.
Em resumoA operação 'Terra Limpa' da PJ em Ourém investiga um complexo esquema de crimes ambientais e corrupção, envolvendo a Câmara Municipal e um grande grupo de construção. As buscas visaram recolher provas sobre poluição, fraude com fundos europeus e violações urbanísticas, com potenciais repercussões económicas significativas.