Segundo os relatórios, "falhou tudo no caso do dermatologista Miguel Alpalhão", desde os registos biométricos aos serviços de planeamento e controlo interno.

Esta ausência de supervisão permitiu que o médico recebesse valores avultados, com as fontes a mencionarem quantias que variam entre "400 mil euros em apenas 10 sábados" e um total de quase "715 mil euros" ao longo de dois anos, por cirurgias adicionais alegadamente marcadas de forma indevida. A jornalista Sandra Felgueiras, que investigou o caso, sublinha que o relatório "culpa todo o sistema de controlo" e que "não é apenas demolidor para Miguel Alpalhão, é também para a própria gestão do Santa Maria". A gravidade das conclusões levou a IGAS a remeter o relatório para o Ministério Público, que já tinha um inquérito-crime em curso, e para o gabinete da Ministra da Saúde.

Este passo formaliza a suspeita de ilícitos criminais e coloca a gestão do maior hospital do país sob intenso escrutínio, com potenciais repercussões legais não só para o médico envolvido, mas também para os responsáveis pela administração e fiscalização da unidade hospitalar.