No entanto, até ao momento, apenas o agente que acompanhava o arguido no local do crime manteve essa versão.

Pelo menos cinco outras testemunhas, na sua maioria moradores do bairro da Cova da Moura, afirmaram categoricamente que a vítima "não tinha nada nas mãos". Um dos depoentes, Nuno Batista, que assistiu à cena da janela de sua casa, declarou: "Entre o primeiro e o segundo disparo o Odair não tinha nada nas mãos".

Outra testemunha relatou que a vítima "levantou os braços e pediu que não o algemassem". Estes depoimentos levantam a suspeita de que a arma possa ter sido plantada no local após os disparos, uma hipótese que as testemunhas sugerem.

A forte discrepância entre a versão policial e os relatos dos moradores torna-se, assim, o ponto fulcral do julgamento, cabendo ao tribunal determinar a credibilidade de cada parte para avaliar a legalidade da ação do agente da PSP.