Em resposta, para garantir a continuidade do julgamento, o tribunal ordenou a nomeação de um advogado oficioso. No entanto, o ex-primeiro-ministro contesta veementemente esta decisão, argumentando que a lei lhe confere um prazo de 20 dias para constituir um novo mandatário. Na sua comunicação à juíza presidente, Susana Seca, Sócrates pede que se ponha termo ao que classifica como uma "lamentável encenação" e um "degradante espetáculo" de ser representado por um advogado "sem qualquer mandato". O antigo governante afirma que o julgamento se tornou um terreno fértil para a "continuada caricatura de abusos" e insiste no seu direito fundamental de escolher quem o defende. Esta tomada de posição marca mais um episódio de tensão no longo e complexo processo da Operação Marquês, centrando o debate, desta vez, nos direitos processuais do principal arguido e na gestão do tribunal face à renúncia de um advogado de defesa.