O relatório da IGAS confirmou que o dermatologista Miguel Alpalhão faturou mais de 700 mil euros em três anos através de cirurgias adicionais, muitas das quais foram indevidamente classificadas e pagas acima do valor real.
A investigação concluiu que "falharam todos os mecanismos de controlo", desde os registos biométricos até à supervisão hierárquica e financeira.
O médico propôs, aprovou e codificou as suas próprias cirurgias mais de 350 vezes, tendo inclusivamente operado os seus pais sem a necessária referenciação.
O relatório é descrito como "demolidor" tanto para o médico como para a gestão do hospital, tendo um dos peritos identificado dezenas de casos em que cirurgias a neoplasias benignas foram faturadas como malignas.
Uma vez que o médico não é funcionário público, o processo disciplinar foi arquivado, mas poderá ter de devolver o dinheiro recebido indevidamente.
A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmou que estes casos "minam a confiança no SNS".
Na sequência destas revelações, a IGAS iniciou inspeções em vários outros hospitais para detetar irregularidades semelhantes.













