O MP garante que o inquérito “nunca esteve parado” e que algumas das suas vertentes se encontram em fases de investigação “bastante avançadas”.

No entanto, a gestão do processo foi abalada pela revelação de uma falha de comunicação interna. O Procurador-Geral da República, Amadeu Guerra, havia prestado informações erradas sobre a pendência de um recurso no Tribunal da Relação, quando, na verdade, a decisão já tinha sido proferida a 24 de outubro. A notificação, recebida a 25 de setembro por um procurador-adjunto, não foi comunicada internamente, levando o PGR a justificar os atrasos na investigação com um recurso que já não existia.

Este episódio veio adensar as críticas sobre a morosidade e a transparência do processo, que teve um impacto político significativo. A manutenção do segredo de justiça, embora seja um instrumento legal para proteger a investigação, colide com o direito de defesa do visado, que se vê impossibilitado de conhecer os factos que lhe são imputados há mais de um ano.

A situação alimenta o debate sobre o equilíbrio entre a eficácia da investigação criminal e os direitos fundamentais dos cidadãos, especialmente em casos com forte exposição mediática e política.