Num dos casos, quase 500 pessoas foram registadas com a mesma morada numa rua de Lisboa.

Esta inscrição fraudulenta era um passo crucial no esquema da rede, que operava a partir de Coimbra e cobrava até 20 mil euros por um "pack com tudo incluído" para a legalização, sendo os valores mais elevados exigidos a imigrantes do Bangladesh e do Nepal. A atribuição do número de utente do SNS permitia aos imigrantes consolidar o seu processo de legalização e obter acesso a cuidados de saúde. Após serem ouvidas em tribunal, as duas funcionárias foram suspensas de funções e proibidas de contactar com os restantes arguidos, aguardando o julgamento em liberdade.

O caso gerou reações políticas, com André Ventura a defender a deportação dos imigrantes que usaram ilegalmente o sistema e António José Seguro a classificar o caso como "grave".