O esquema cobrava até 20 mil euros por "pacotes de legalização", expondo a corrupção e as fragilidades no acesso aos serviços públicos. No centro da investigação estão duas funcionárias de um centro de saúde na zona de Aveiro, detidas pela Polícia Judiciária por inserirem de forma fraudulenta mais de 10.000 imigrantes no SNS ao longo de um ano e meio. A rede criminosa, que operava a partir de Coimbra, vendia um "pack com tudo incluído" que garantia o acesso ao número de utente e, consequentemente, a cuidados de saúde comparticipados.
Os valores cobrados variavam entre 15 e 20 mil euros, sendo os preços mais elevados exigidos a imigrantes provenientes do Bangladesh e do Nepal.
A investigação, que é um desdobramento de uma operação iniciada em maio, já conta com 42 arguidos, incluindo empresários e uma advogada. As duas funcionárias detidas foram ouvidas em tribunal e ficaram suspensas de funções, proibidas de contactar entre si e com os restantes arguidos, aguardando o julgamento em liberdade.
Este caso revela um esquema altamente organizado que explorava as vulnerabilidades do sistema de imigração e saúde, levantando sérias preocupações sobre a segurança e o controlo dos processos na administração pública.













