A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou um aumento de mais de 11% no apoio a vítimas femininas nos últimos três anos, assistindo em média 20 mulheres por dia, sendo que 85% dos casos estão relacionados com violência doméstica. Paralelamente, o Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) contabilizou, até meados de novembro, o assassinato de 24 mulheres, na sua maioria em contexto de femicídio, além de 50 tentativas.
A criminóloga da UMAR, Cátia Pontedeira, aponta que “o problema está na forma como a sociedade entende os relacionamentos íntimos”.
As forças de segurança também apresentam números preocupantes: a PSP deteve mais de 1.100 suspeitos de violência doméstica este ano, num universo de quase 15.000 queixas, enquanto a GNR registou mais de 10.251 crimes que resultaram em 13 mortes.
Além da violência física, destaca-se o abuso digital, que afeta particularmente jovens entre os 14 e os 16 anos, e a União Europeia apela a leis mais duras contra estas práticas.
A persistência destes crimes, mesmo em casos com denúncia prévia, evidencia falhas sistémicas que continuam a colocar inúmeras mulheres em risco.













