Onze bombeiros da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Fundão foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de crimes de violação e coação sexual contra um colega de 19 anos. Os atos terão ocorrido em duas ocasiões distintas, dentro do quartel do Fundão e de Soalheira, alegadamente sob o pretexto de uma praxe, por serem os primeiros serviços da vítima. Segundo os artigos, o jovem terá sido sujeito a “atos sexuais violentos”, sendo que os crimes terão sido filmados pelos agressores e as câmaras de videovigilância do quartel também terão captado os abusos. A investigação aponta que um chefe de 52 anos terá instigado os bombeiros mais jovens a cometer os atos.
Após o primeiro interrogatório judicial, todos os onze suspeitos saíram em liberdade, sujeitos a termo de identidade e residência.
No entanto, o tribunal impôs medidas de coação a oito dos arguidos, incluindo a proibição de contactar a vítima, a proibição de entrar e frequentar as instalações do quartel e a suspensão do exercício de funções por um período de três meses. O Comando dos Bombeiros do Fundão instaurou um inquérito interno e admitiu a expulsão dos elementos caso as acusações se confirmem. A Liga dos Bombeiros Portugueses classificou o caso como um “ato desprezível”, mas negou a existência de praxes na corporação, enquanto a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e outras entidades repudiaram os atos, sublinhando que tratar qualquer violação como um rito de iniciação é um “ultraje à vítima”.
Em resumoA detenção de onze bombeiros no Fundão por suspeita de violação e coação sexual de um colega de 19 anos chocou o país. Embora os suspeitos tenham sido libertados após o primeiro interrogatório, oito deles foram suspensos e proibidos de frequentar o quartel, enquanto a investigação prossegue sobre os atos violentos que teriam ocorrido sob o pretexto de uma praxe.