O julgamento da Operação Marquês enfrentou um novo desenvolvimento processual com a recusa do tribunal em conceder um longo adiamento solicitado pela nova defesa de José Sócrates. O advogado José Preto, que assumiu recentemente a defesa do ex-primeiro-ministro, pediu um prazo de cinco meses e meio para estudar o megaprocesso, que já se arrasta há 11 anos, mas a juíza Susana Seca indeferiu o pedido. A magistrada concedeu apenas dez dias para a consulta do processo, argumentando que um prazo mais longo iria retardar excessivamente o julgamento e prejudicaria o direito de defesa dos restantes arguidos.
Com esta decisão, o julgamento foi suspenso até 18 de dezembro, data em que deverá ser retomado.
A decisão da juíza surge num momento crítico, dado o risco de prescrição de alguns dos crimes imputados a José Sócrates. Segundo um dos artigos, os crimes de corrupção relacionados com o financiamento da Caixa Geral de Depósitos a Vale do Lobo poderão prescrever já no primeiro semestre de 2026. A nomeação de José Preto como novo advogado de Sócrates acontece após a renúncia da anterior equipa de defesa. O advogado é conhecido por ter representado figuras como o espião Carvalhão Gil e o ex-presidente do Sporting, Bruno de Carvalho.
O ex-primeiro-ministro também apresentou uma queixa à Procuradora-Geral da República por alegada devassa da sua vida privada, relacionada com notícias sobre as suas viagens.
Em resumoA juíza do caso Operação Marquês negou o pedido de adiamento de cinco meses e meio feito pelo novo advogado de José Sócrates, concedendo apenas dez dias para a análise do processo. A decisão visa evitar mais atrasos no julgamento e proteger os direitos dos outros arguidos, num momento em que se aproxima o risco de prescrição de alguns dos crimes imputados ao ex-primeiro-ministro.