A violência de género continua a ser uma realidade preocupante em Portugal, com dados recentes a revelarem a persistência de crimes graves e um aumento no número de vítimas que procuram apoio. O Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) da UMAR registou, até 15 de novembro de 2025, o assassinato de 24 mulheres, dos quais 21 foram classificados como femicídios, todos cometidos por homens. Além disso, ocorreram 50 tentativas de assassinato, 40 das quais em contexto de violência de género. Paralelamente, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) divulgou que o número de vítimas femininas apoiadas aumentou mais de 11% nos últimos três anos, totalizando 36.489 mulheres entre 2022 e 2024.
A violência doméstica continua a ser o crime mais reportado, representando 85,4% dos casos.
A APAV alerta que a violência está a tornar-se “mais letal e rápida na escalada”, passando de agressões emocionais a tentativas de homicídio em pouco tempo. Em resposta a este cenário, a Ordem dos Psicólogos lançou documentos para ajudar a identificar a violência psicológica, sublinhando que esta não é uma “forma menor ou mais leve de violência” e que as suas “feridas são invisíveis e igualmente dolorosas”. No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, o Palácio de Belém foi iluminado de laranja para dar visibilidade à causa, e centenas de pessoas marcharam em Lisboa exigindo o fim da impunidade para os agressores. Os dados mostram também um aumento de idosas vítimas de violência doméstica, com 52 mulheres com mais de 66 anos a serem encaminhadas para casas de abrigo até setembro, um número que já ultrapassa o total de 2024.
Em resumoOs números de 2025 confirmam a gravidade da violência de género em Portugal, com 24 mulheres assassinadas até meados de novembro. Organizações como a APAV registam um aumento contínuo de pedidos de ajuda, enquanto iniciativas de sensibilização, como as da Ordem dos Psicólogos, procuram combater formas mais subtis de abuso, como a violência psicológica.